Grupo 4



Da esquerda pra direita atras: Luiz Gustavo, Isabela Cristina , Bruna , Weverton , Rafael, Rudiane e Eugênio (não está na foto).
Da esquerda pra direita na frente: Brenda, Cleidiele e Letícia


Livro: O primo Basílio
Autor: Eça de Queirós

Eça de Queirós

     José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 — Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores lusos. Foi autor, entre outros romances de reconhecida importância, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.

Biografia
    
     José Maria Eça de Queirós , nasceu em Póvoa do Varzim 1845. Passou a infância e juventude longe dos pais pois estes não eram casados. Estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra”, responsável pela introdução do Realismo em Portugal.
    Eça não participou diretamente da “Questão Coimbra” - 1865 - a polêmica em que jovens defensores de novas idéias literárias, artísticas e filosóficas liderados por Antero de Quental, se defrontaram com os velhos românticos, ultrapassados e conservadores, liderados por Visconde de Castilho.
    Dedicou-se ao jornalismo depois de formado, e viajou pelo Oriente. Em 1871, participou das “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense” – nova etapa da campanha que implantou em Portugal as novas perspectivas culturais do Realismo falando sobre o “Realismo como nova expressão da arte”.
    Eça de Queirós e o representante maior da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance, abandonou a linha romântica, e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico, que pendurou por muito tempo na obra de diversos autores românticos, deu a frase uma maior simplicidade, mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Evitou a retórica tradicional e os lugares comuns. Criou novas formas de dizer, introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva. Este novo estilo só teve antecessor em Almeida Garrett e valeu a Eça a acusação de galicismo e estabeleceu os fundamentos da prosa moderna da Língua Portuguesa.
    Enfim, no dia 16 de Agosto de 1900 Eça morre em Paris. Deixava um episódio literário que veio a ser publicado aos poucos. 

 

Obras
    O mistério da estrada de Sintra (1870) (eBook)
    O Crime do Padre Amaro (1875) (eBook)
    A Tragédia da Rua das Flores (1877-78)
    O Primo Basílio (1878)
    O Mandarim (1880) (eBook)
    As Minas de Salomão (1885) (tradução) (eBook)
    A Relíquia (1887) (eBook)
    Os Maias (1888)
    Uma Campanha Alegre (1890-91)
    O Tesouro (1893)
    A Aia (1894)
    Adão e Eva no paraíso (1897)
    Correspondência de Fradique Mendes (1900)
    A Ilustre Casa de Ramires (1900)
    A Cidade e as Serras (1901, póstumo) (eBook)
    Contos (1902, póstumo) (eBook)
    Prosas bárbaras (1903, póstumo)
    Cartas de Inglaterra (1905, póstumo) (eBook)
    Ecos de Paris (1905, póstumo)
    Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, póstumo)
    Notas contemporâneas (1909, póstumo)
    Últimas páginas (1912, póstumo)
    A Capital (1925, póstumo)
    O conde de Abranhos (1925, póstumo)
    Alves & Companhia (1925, póstumo)
    Correspondência (1925, póstumo)
    O Egipto (1926, póstumo)
    Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, póstumo)
    Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, póstumo).

Resumo

    Casados há três anos, Luísa e Jorge moram numa rua pouco elegante de Lisboa, frequentada por gente pobre e que se diverte com fofocas e intrigas. Jorge é engenheiro e trabalha num Ministério, enquanto Luísa, uma moça que adora ler histórias de romances, vive sonhando, já que não trabalha. A única coisa que falta para completar a felicidade do casal é um filho. Jorge parte para o interior - o Alentejo - a negócios.
    Luísa, solitária, fica triste com a ausência de seu marido. Até que um certo dia chega Basílio, um primo que foi seu primeiro amor e que a abandonou. Ao rever a prima, Basílio, um enorme conquistador, faz de tudo pra ficar com Luísa. Luísa cede às tentações do charme, da paixão por Basílio, que a "perverte" contando suas aventuras amorosas, iguais às dos romances lidos por Luísa, e se entrega a ele, cometendo o adultério. 
    Juliana, sua criada, espera apenas uma oportunidade para pegar a patroa "em flagrante".
    Os dois se encontram através de cartas de amor, umas das quais Juliana impede de Luísa receber e rouba para fazer chantagens à patroa.
    Basílio, que havia prometido levar Luísa a Paris, abandona-a novamente. Ela se desespera, então, com a chegada de Jorge. Apaixonada "como nunca" pelo marido, ela transforma-se em criada, a mando de Juliana, até Jorge pegá-la em flagrante e demitir a empregada. Luísa, depois de rezar, jogar na loteria, e até mesmo de tentar se entregar a um banqueiro para conseguir o dinheiro da chantagem, conta o seu segredo a Sebastião, um amigo de Jorge, que promete ajudá-la. Acompanhado de um policial, ele consegue recuperar as cartas de Juliana, que morre, vítima de um colapso nervoso.
    Já enfraquecido pelo que sofreu na mão de Juliana, Luísa é surpreendida por uma violenta febre. Recuperada, Luísa volta a adoecer, de maneira fatal, por causa de uma carta de Basílio para ela, que Jorge lera. Jorge teve desejo de matar e de perdoar a mulher, Jorge escolhe relevar o adultério pelo seu grande amor por ela e pelo seu frágil estado de saúde.
    Luísa morre e o livro termina com a volta de Basílio mostrando seu mau caráter. Mostra que ele "usou" Luísa, ele nunca a amou de verdade. Ele comenta com um amigo que se soubesse que Luísa havia morrido teria trazido Alphonsine, a amante que tem em Paris.

Questões de vestibular

1- (UFPI) Das alternativas abaixo, indique a que NÃO condiz com o romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós:
a) É uma obra realista-naturalista e nela o narrador aparece como um observador imparcial que vê os acontecimentos com neutralidade.
b) Apresenta como tema central o adultério e o autor explora o erotismo ao detalhar a relação entre os amantes.
c) Mostra-se como uma lente de aumento sobre a intimidade das famílias e revela criticamente a pequena burguesia do final do século XIX em Lisboa.
d) Ataca as instituições sociais como a Família, a Igreja, a Escola e o Estado, sempre com a preocupação de fazer um vasto inquérito da sociedade portuguesa e moralizar os costumes da época.
e) Caracteriza-se por ironia fina, caricaturismo e humor na composição das personagens, entre as quais se destaca o Conselheiro Acácio.

2- (PUC) A obra O Primo Basílio, escrita por Eça de Queirós em 1878, é considerada uma das mais representativas do romance realista-naturalista português. Indique a alternativa abaixo que não confirma o conteúdo desse romance:

a) Romance de tese, apresenta os mecanismos do casamento e analisa o comportamento da pequena burguesia de Lisboa.
b) Luísa, personagem central do romance, é caracterizada como uma mulher romântica, sonhadora e frágil, comportamento esse que a predispõe ao adultério.
c) O narrador do romance aproxima-se bastante do modelo proposto pela literatura realista, que se caracteriza pela objetividade e pelo senso da minúcia.
d) Entre as diferentes personagens que se movem na narrativa, está o Conselheiro Acácio, homem de caráter marcado por sagacidade, espírito crítico, franqueza e originalidade.
e) Basílio, personagem que dá título ao romance, não se compromete nem se envolve emocionalmente; apenas busca na aventura amorosa uma maneira agradável de ocupar o tempo.

3- (VUNESP) Para responder à questão, leia o trecho seguinte, extraído de O Primo Basilio, de Eça de Queirós. Bom Deus, Luiza começava a estar menos comovida ao pé do seu amante, do que ao pé do seu marido! Um beijo de Jorge perturbava-a mais, e viviam juntos havia três anos! Nunca se secara ao pé de Jorge, nunca! E secava-se positivamente ao pé de Basilio! Basilio, no fim, o que se tornara para ela? Era como um marido pouco amado, que ia amar fora de casa! Mas então valia a pena?
Onde estava o defeito? No amor mesmo talvez! Porque enfim, ela e Basilio estavam nas condições melhores para obterem uma felicidade excepcional: eram novos, cercava-os o mistério, excitava-os a dificuldade... Por que era então que quase bocejavam? É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! ... Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir? E, pela lógica tortuosa dos amores ilegítimos. o seu primeiro amante fazia-a vagamente pensar no segundo!


No trecho, o amor é visto, predominantemente, como um sentimento

a) eterno, pois Luiza não deixa de amar seu marido, Jorge, apesar da distância que os separa.
b) passageiro e frágil, pois, para Luzia, Só os começos são bons. 
c) intenso, pois Luiza se mostra profundamente divida entre o amor de Basilio e Jorge. 
d) terno e carinhoso, como se pode notar na boa lembrança que Luiza tem do beijo de Jorge.
e) sofrido, pois Luiza e Jorge sofrem por se amar demais e por não poderem ficar juntos.

4- (UNIBAN) Por meio dos personagens de O primo Basílio, Eça de Queirós, sendo fiel às teses realistas, critica a sociedade de seu tempo. Assinale a alternativa em que a caracterização do personagem não ganha dimensão de crítica social:

a) Luísa é o protótipo da mulher burguesa que, por alimentar sonhos pueris, se frusta com a vida conjugal entediante.
b) Jorge, funcionário público, orienta-se por princípios conservadores e preocupa-se com a preservação das aparências.
c) Conselheiro Acácio é um intelectual superficial, raso, que valoriza as aparências, sendo, na realidade, sobretudo hipócrita.
d) Julião ressente-se de sua condição de inferioridade, no entanto, acomoda-se com o respeito discreto que um cargo público lhe confere.
e) D. Felicidade é a mulher que, não tendo casado até os cinqüenta anos, conserva recato e pudor.

5- 
(FUVEST) Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um romance de crítica da sociedade portuguesa cujas "falsas bases" ele considerava um "dever atacar". A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre 

a) o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
b) os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura.
c) a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da burguesia metropolitana.
d) a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos costumes.
e) os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência corruptora em plena regime republicano.





Links:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/banco_de_questoes/portugues/o_primo_basilio
http://pt.wikipedia.org/wiki/E%C3%A7a_de_Queir%C3%B3s
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Livro: Memórias de um Sargento de Milícias
Autor: Manuel Antônio de Almeida

Biografia
          Manuel Antônio de Almeida (Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1831 — Macaé, 28 de novembro de 1861) foi um médicoescritor e professor brasileiro.          Filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Seu pai morreu quando Manuel Antônio tinha dez anos de idade. Concluiu a Faculdade de Medicina em 1855, mas nunca exerceu a profissão. Dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras.
          Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, A Pacotilha. Neste suplemento publicou nas paginas dos folhetins sua única obra em prosa de fôlego, a novela Memórias de um Sargento de Milícias, de 1852 a 1853, em capítulos.
          Pertenceu à primeira sociedade carnavalesca do Rio de Janeiro, o Congresso das Sumidades Carnavalescas, fundado em 1855.
          Foi professor do Liceu de Artes e Ofício do Rio de Janeiro.
          Em 1858, foi nomeado diretor daTipografia Nacional. Lá, conheceu o jovem aprendiz de tipógrafo Machado de Assis.
          Procurou iniciar a carreira na política. Quando ia fazer as primeiras consultas entre os eleitores, morreu no naufrágio do navio Hermes, em 1861, na costa fluminense.


Obra


          Memórias de um sargento de Milícias, de 1852, foi seu único livro. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre influenciou Manuel Antônio de Almeida no desenvolvimento de sua obra.
          Escreveu também a peça de teatro Dois Amores em 1861, que foi apresentada após a sua morte, com música da Condessa Rosawadowska, sem alcançar sucesso.
          Também escreveu crônicas, críticas, artigos, etc., publicadas em jornais da época e que foram reunidas em livro, em 1991, por Bernardo de Mendonça a partir da pesquisa de fontes primárias, a começar pelo jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. A Obra Dispersa de Manuel Antônio de Almeida reúne não só a colaboração dispersa em jornais e a opereta Dois Amores, mas três antologias complementares: a correspondência ativa, descoberta entre os recentes anos 50 e 60, dirigida a Quintino Bocaiuva, Francisco Ramos da Paz e José de Alencar; os depoimentos de contemporâneos, como Francisco Otaviano, Machado de Assis, Augusto Emilio Zaluar, Felix Ferreira, Joaquim Manuel de Macedo; e, por fim, uma mostra das hesitações críticas nas leituras pré-modernistas das Memórias de Um Sargento de Milícias.


Resumo


          Leonardo é um meirinho que se apaixona por uma cigana, Maria. Um tempo depois, eles se casam e ela engravida, dá a luz a um menino.
    Leonardo batia muito na mulher. Certo dia Leonardo flagrou Maria o traindo em um navio, bateu nela e decidiu não voltar para casa, mas seu tio conversa com ele e o convence de voltar. Quando Leonardo chega em sua casa, percebe que sua mulher fugiu para Portugal com o capitão do navio.
    Quando Leonardo e Maria se casaram fizeram um acordo em que se separassem e tivessem filhos, os filhos ficariam com Leonardo, mas Leonardo não quis o menino e deixou com o compadre.
    Leonardo decidiu entregar sua alma em troca de ter Maria de volta.
    No começo, o compadre não gostava muito da criança, mas depois ele começou a gostar e decidiu fazer de tudo para que ele virasse padre.
    Na cidade tinha um general que mandava em toda justiça da cidade. Em uma noite o general foi até a casa de Leonardo, que estava fazendo uma cerimônia para ter a Maria de volta. O general o prendeu. O que era uma vergonha, pois ele era um policial.
    Enquanto isso, Leonardo, o filho adotado pelo padrinho, que muito se afeiçoava a ele, vai crescendo e a cada dia se revela mais briguento e mais travesso. O padrinho, com muita paciência, tenta encaminhar o menino na prática religiosa, mas ele não revela muito interesse. O compadre o coloca na escola e o ensina a ajudar na missa. Na escola ele não se sai bem, na Igreja da Sé, onde consegue ser sacristão, vê a melhor oportunidade para grandes travessuras, como experimenta o mestre-de-cerimônias. É um padre de meia idade, virtuoso por fora, mas bastante diferente por dentro, envolve-se com uma cigana, a mesma que Leonardo-Pataca vive depois da fuga de Maria.
    O sacristão se vinga das advertências que sofre por suas constantes travessuras levando os fiéis a tomarem conhecimento dos fatos, o que faz com que seja expulso e deixe a Igreja da Sé, para o desgosto do padrinho e da madrinha, que queriam encaminhá-lo em uma profissão, Leonardo não mostra interesse. Prefere a vida livre. Certo dia, na casa de sua vizinha, Maria, Leonardo conhece sua sobrinha, a Luisinha, sua futura mulher.
    Leonardo-Pataca, depois de vencer o mestre-de-cerimônias na disputa pela cigana, é abandonado novamente e passa viver com a filha da parteira, Chiquinha. Daí nasce uma filha e grandes confusões, pois Chiquinha e Leonardo se detestavam e a parteira é chamada continuamente para serenar os ânimos.
    Por esta época aparece em cena José Manuel, um rival do futuro sargento de milícias em seu amor por Luisinha. Apesar dos esforços da comadre para afastá-lo do caminho, ela não tem sucesso, além disso, a morte do padrinho e as contínuas brigas com Chiquinha fazem com que Leonardo saia de casa e passe a vagabundar pelos subúrbios da cidade, quando conhece Vidinha, uma mulher sensual, de olhos pretos e lábios úmidos, pela qual se apaixona imediatamente. Como Vidinha tinha outros pretendentes, cria-se grande confusão. O onipresente major Vidigal intervém e Leonardo consegue fugir, deixando-o furioso. Passou boa parte de seu tempo na prisão por indisciplina. Sempre com a proteção da comadre que recorre a ajuda de Maria Regalada, um antigo amor de Vidigal. Leonardo supera todos os problemas, chegando ao posto de sargento de milícias.
    José Manuel, o rival de Leonardo no amor por Luisinha, revela-se um péssimo marido e além do mais morre, deixando-a viúva e livre para se casar com Leonardo. Passado o tempo da luta, Leonardo em uniforme da tropa, recebe Luisinha como mulher na Igreja da Sé, onde foi palco de suas grandes travessuras como sacristão. Leonardo Pataca e Dona Maria morrem.

Questões de vestibular sobre o livro


1. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:

a) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte.
b) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.
c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada pelo autor.
d) Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenado o prõprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.
e) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublimado.


2. (UFRS-RS) Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.”

Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto:

I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.
II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.
III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.

Quais estão corretas?

a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III

3. (PUC-SP) Memórias de um Sargento de Milícias é um romance escrito por Manuel Antônio de Almeida. Considerando-o como um todo, indique a alternativa que NÃO confirma suas características romanescas:

a) É um romance folhetim, já que saiu em fascículos no suplemento “A Pacotilha”, do jornal Correio Mercantil, que o publicava semanalmente entre 1852 e 1853.
b) Utiliza a língua falada sem reservas e com toda a dignidade e naturalidade, o que confere à obra um caráter espontâneo e despretensioso.
c) Enquadra-se fundamente na estética realista, opondo-se ao ideário romântico, particularmente no que concerne à construção da personagem feminina e ao destaque dado às camadas mais populares da sociedade.
d) Reveste-se de comicidade, na linha do pitoresco, e desenvolve sátira saborosa aos costumes da época que atinge todas as camadas sociais.
e) Põe em prática a afirmação de que através do riso pode-se falar das coisas sérias da vida e instaurar a correção dos costumes.

4. (PUC-SP) Era a sobrinha de Dona Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a testa e olhos, como uma viseira.

O trecho acima é do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Dele pode afirmar-se que:

a) confirma o padrão romântico da descrição da personagem feminina, representada nesta obra por Luisinha.
b) exemplifica a afirmação de que o referido romance estava em descompasso com os padrões e o tom do Romantismo.
c) não fere o estilo romântico de descrever e narrar, pois se justifica por seu caráter de transição da estética romântica para a realista.
d) justifica, dentro do Romantismo, a caracterização sempre idealizada do perfil feminino de suas personagens.
e) insere-se na estética romântica, apesar das características negativas da personagem, que fazem dela legítima representante da dialética da malandragem.

5(FUVEST) Assim pois, o sacristao da Sé, um dia, ajudando à missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de Dona Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, dísse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou Dona Plácida. É de crer que Dona Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: "— Aqui estou. Para que me chamastes?" E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: "— Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”. (Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas)

Tal como narradas neste trecho, as circunstâncias que levam ao nascimento de Dona Plácida apresentam semelhança maior com as que conduzem ao nascimento da pessonagem:

a) Leonardo (filho), de Memórias de um sargento de milícias.
b) Juliana, de O primo Basílio.
c) Macunaíma, de Macunaíma.
d) Augusto Matraga, de Sagarana.
e) Olímpico, de A hora da estrela.




Links:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/banco_de_questoes/portugues/memorias_de_um_sargento_de_milicias
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/banco_de_questoes/portugues/memorias_de_um_sargento_de_milicias/?pg=5
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Ant%C3%B4nio_de_Almeida
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Literatura
Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, literatura japonesa etc.
Formas literárias
Poesia
Peças de teatro, que podem ser: tragédia, drama, comédia e ópera
Ficção em Prosa
No nosso trabalho iremos focar no tema “Parnasianismo” que se desenvolveu na literatura poética.
Parnasianismo
parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu napoesia a partir de 1850, na França.
Origens
Movimento literário que se originou na França, Paris, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica.
Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pela rima rica e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesareúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo como credo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (1811-1872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de Heredia (1842-1905), de origem cubanaSully Prudhomme (1839-1907). Gautier fica famoso ao aplicar a frase “arte pela arte” ao movimento.


Características gerais
- Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor  parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
- Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
- Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
- O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;
- Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
- Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;
- Preferência pelos sonetos;
- Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
- Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.


Parnasianismo no Brasil

No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922). 


Os principais representantes do parnasianismo brasileiro foram:
- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias(1883), Versos e Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).
- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde (1919).
- Francisca Júlia. Obras principais: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfínges (1903), Alma Infantil (1912).
- Vicente de Carvalho. Obras principais: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções, (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos, (1916).
* Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada "Tríade Parnasiana".


Poesia de Olavo Bilac


A velhia


 
O neto:
Vovó, por que não tem dentes?
Por que anda rezando só.
E treme, como os doentes
Quando têm febre, vovó?
Por que é branco o seu cabelo?
Por que se apóia a um bordão?
Vovó, porque, como o gelo,
É tão fria a sua mão?
Por que é tão triste o seu rosto?
Tão trêmula a sua voz?
Vovó, qual é seu desgosto?
Por que não ri como nós?

A Avó:
Meu neto, que és meu encanto,
Tu acabas de nascer...
E eu, tenho vivido tanto
Que estou farta de viver!
Os anos, que vão passando,
Vão nos matando sem dó:
Só tu consegues, falando,
Dar-me alegria, tu só!
O teu sorriso, criança,
Cai sobre os martírios meus,
Como um clarão de esperança,

Como uma benção de Deus!

Paródia
Indicação
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/parnasianismo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parnasianismo

http://www.revista.agulha.nom.br/bilac.html#velhice